Ementa

Ementa: Aplicação prática de conhecimentos teórico-metodológicos trabalhados nas disciplinas oferecidas até o 4° período, com enfoque na estrutura e produção de documentos em arquivos permanentes.

Objetivos

Objetivos: A partir do conhecimento obtido nas disciplinas cursadas até o 4º período, analisar o acervo de um arquivo permanente e elaborar uma proposta de quadro de arranjo, vocabulário controlado e plano de emergência para o mesmo.

Pratica 2° Bimestre

Pratica 2° Bimestre: Elaboração do vocabulário controlado. Elaboração de um Plano de Emergência para uma instituição mantenedora de acervos. Dados a serem apresentados no relatório parcial 2: vocabulário controlado (em apêndice o quadro de arranjo) e o plano de emergência.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Fotos tiradas ao longo do trabalho

Material bibliográfico pertencente aà antiga biblioteca da  Sociedade União Operária





Documentos arquivísticos misturados à coleção bibliográfica



Documentos arquivísticos embalados com os mais diversos tipos de papel...









Jornais publicados pela Sociedade União Operária








Planta da Sede da Sociedade União Operária








Alguns documentos arquivísticos que não estavam no armário...


terça-feira, 19 de abril de 2011

1.    Referencial Teórico:
2.1 Sociedade união operária
2.1.1  Elementos de formação

A sociedade União Operária formou se na cidade de Rio grande por volta de 1893, após as instalações de diferentes indústrias. Deve ser destacado que neste período já havia estabelecido o regime Republicano no Brasil, e se extinguido a escravidão. Esses dois fatores modificaram significativamente a economia tendo assim uma formação de mão de obra assalariada, começa assim a se destacar a região sul do país, com suas indústrias. Também com a vinda dos imigrantes europeus, aumentaram as expressões de atitudes que resultaram em correntes a favor do operário. Antes de caracterizar a Sociedade União Operária, é preciso apontar alguns elementos que levaram a sua criação.
O conjunto dos trabalhadores brasileiros ao longo da República veio desenvolvendo atitudes, comportamentos, formas de atuação, criando e consolidando organizações, relacionando-se com outros atores sociais e solidificando experiências e trabalhos e de lutas, confraternizando entre si (ou não) e integrando novos grupos, com diferentes costumes, línguas e aspirações. [...] (LONER, 2001, p.17)
A autora refere-se ao fato de que, com o fim da escravidão aumenta a parcela de imigrantes, e esses tornam-se  trabalhadores brasileiros.  Nesse mesmo período acontecem muitos movimentos de reivindicação por melhores salários, melhores condições de trabalho, entre outras. A autora explica que a industrialização na região sul, tem data aproximada de 1870 com dois pólos fundamentais: Rio Grande – Pelotas e Porto alegre. Destaca ainda que a cidade de Rio Grande era composta de grandes estabelecimentos como tecelagem, couros, conservas alimentícias e moinhos.
A indústria de Rio Grande alicerçava-se em grandes indústrias, com capital nacional e estrangeiro, como a Pook, União Fabril, Ítalo-Brasileira, Leal Santos[..]. Seu desenvolvimento foi considerado acelerado durantes a primeira década republicana, com a instalações de várias fábricas[...]. (LONER, p. 50)

Com essa perspectiva, compreende-se o desenvolvimento crescente de Rio Grande no final do século XIX, pois Loner destaca que em 1873 a Companhia União Fabril foi fundada, sendo um conjunto de três fábricas de tecidos, e em 1896 já contava com mais de 900 empregado. Considerando as características da cidade, é possível perceber que estas propiciaram o processo de industrialização, a saber, a existência de um porto marítimo, facilitando assim a comunicação com outras regiões e países, junto a uma relevante concentração operária, com essas características Rio Grande transforma-se em uma cidade com um maior potencial para o desenvolvimento da organização operária.
Deste potencial de organização dos operários, nasce o desejo de melhores condições de trabalho, pois não haviam leis trabalhistas que pudessem intervir no relacionamento patrão - empregado.
“Não havia leis protegendo o trabalhador, ou quando havia, elas não eram cumpridas, e o operário e sua família estavam praticamente desamparados frente à atuação organizada e arbitrária dos patrões que, livres de freios em sua ação, procuravam explorar ao máximo suas vítimas.” (LONER, 2001, p. 161).
Isso levou os trabalhadores a se organizarem em entidades de acordo com seus ofícios ou categorias profissionais, com o objetivo de defenderem seus interesses e inibirem a exploração.

2.1.2 Fundação da Sociedade

Em Rio grande, as primeiras associações operárias foram a Liga Operária e o Centro operário, mas essas tiveram uma curta duração. A partir dessas, surgia uma nova tentativa de organização que era a Sociedade União Operária.
A Sociedade União operária foi fundada por operários e artesãos em 24.12.1893, e a principio tinha características socialistas. Sobre a União Operaria a autora Petersen, diz que era instalada na Rua General Bacellar de número 31, era uma “sociedade Socialista em toda sua lei”, que incentivou os operários para se unirem contra o capitalismo. Eles participaram de uma greve dos Empregados da Estrada de Ferro, e saíram vitoriosos. Em 1895 fundaram aulas diurnas e noturnas para os sexos masculinos e femininos, e ateliês de costuras para beneficiarem as mulheres e filhas de seus associados. A formação das escolas, grupos teatrais e banda de músicas, fazia com que o operário se destaca-se na sociedade, e criasse uma identidade.
Desse modo, seus objetivos eram “educacionais, beneficentes e de representação de classes.” (LONER, 2001, p.177). Em 1898 chegou a ter entre 900 e 1.000 sócios pertencentes a vários grupos. Ela colocou em andamento diversas práticas que estabeleceram o padrão de conduta dos operários “como a comemoração do 1° de Maio, a valorização da greve e sua colocação como instrumento de luta dentro da própria associação, a idéia da união das várias categorias em uma federação, a convivência explicita de pensamentos diversos, o incentivo à cultura e à educação operária com a escola e seu palco-salão.” (LONER, 2001, p.178). Dela faziam parte às “classes federadas” dos trabalhadores mecânicos, carpinteiros, marítimos e ferroviários, dentre outros.
Conforme Loner (2001), a sociedade tinha muitas discordâncias internas principalmente em seu perfil político ideológico, socialista-capitalista. Sofria com a falta de união dos associados nas principais reuniões da SUO e também pelas muitas brigas internas nas disputas de sua direção. Ela começa a se distanciar dos movimentos operários tornando-se puramente burocrática afastando os operários das decisões. A partir de 1911 ela passa por varias mudanças de foco, isto é, direcionando suas principais lutas a favor dos patrões, um exemplo disso foi terem ficado a parte da luta pelas 8 horas de trabalho, “ela se tornou burocrática, se movendo pela lei do dinheiro”, (LONER, 2001, p. 203). Isso vai acarretar um afastamento de seus sócios, e em 1918 ela vai contar com apenas 200 associados. Passando por várias crises e acumulando pesadas dívidas. Em 1924 seu estatuto foi modificado, se transformando em uma entidade apenas educacional. A Sociedade União Operária manteve-se até 1964, ou seja, até o golpe militar.
Assim, através do estudo da SUO, observam-se várias mudanças políticas, sociais e econômicas, alterando a forma de visão de uma sociedade em relação aos seus operários, hoje chamados de trabalhadores.